Ancestral Afro-américas
A exposição Ancestral – Afro-Américas [Brasil – EUA] celebra as heranças e os vínculos compartilhados entre povos afrodescendentes do Brasil e dos Estados Unidos no campo das artes visuais, promovendo uma reflexão crítica sobre a diáspora africana. Com apoio da Embaixada dos Estados Unidos, a mostra integra as comemorações do bicentenário das relações diplomáticas entre os dois países, e tem curadoria de Ana Beatriz Almeida e Renato Araújo, com direção artística de Marcello Dantas. A exposição reúne obras de artistas negros do Brasil e dos Estados Unidos, como Abdias Nascimento, Simone Leigh, Emanuel Araújo, Sonia Gomes, Leonard Drew, Mestre Didi, Melvin Edwards, Lorna Simpson, Kara Walker, Bispo do Rosário, Carrie Mae Weems, Monica Venturi e Julie Mehretu, além de uma seleção de arte africana da Coleção Ivani e Jorge Yunes.
O quê: Ancestral: Afro-américas [Brasil – EUA]
Curadoria: Ana Beatriz Almeida e
Diretoria Artística: Marcello Dantas
Quando: 25 de setembro de 2025 à 1 de fevereiro de 2026
Onde: Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira
Dois Primos
Um dia, no século XVIII, na costa oeste da África, dois primos foram capturados em sua comunidade de origem. Eles foram levados para o porto da Ilha de Gorée, no local conhecido como a Porta do Não Retorno. Ali, os primos foram separados: um foi mandado em um barco com destino a Salvador, e o outro com destino a Charleston, nos Estados Unidos, dois dos maiores portos de comércio de escravizados do mundo. Ambos foram levados nus, desprovidos de qualquer artefato cultural, junto com muitas outras pessoas africanas de diferentes regiões e nações, que, por sua vez, não falavam as mesmas línguas. Salvador era conhecida como a “Roma Negra”, pois todos os caminhos da África levavam até lá. Cartagena, por sua vez, distribuía as pessoas escravizadas para a América do Norte e o Caribe.
Pelo menos 10 milhões de pessoas passaram por esse sistema de exploração e opressão ao longo de mais de 200 anos, gerando a maior concentração de riqueza que o mundo havia visto nessa parte do globo.
Em 1822, o Brasil declarou sua independência de Portugal, o que, em si, foi um ato simbólico, pois uma nação só pode ser considerada existente quando é reconhecida como tal por outras nações. O Brasil foi reconhecido como uma nação independente pelos Estados Unidos em 1824. Naquele momento, ambas as jovens e grandes nações das Américas eram também o lar da maior concentração de pessoas escravizadas do mundo, com milhões de indivíduos submetidos a essa condição.
Durante 200 anos, esses países se desenvolveram e a escravização foi abolida. No entanto, longas batalhas pelos direitos civis foram necessárias para o reconhecimento dos direitos humanos, para alcançar a liberdade de expressão e para que a luta contra o racismo estrutural promovesse avanços.
A música sempre foi o principal território de contato entre os diferentes povos africanos, permitindo a conexão, mesmo com barreiras linguísticas. A música, com sua linguagem universal, infiltrou-se profundamente e marcou, com sua força, a musicalidade dos dois países.
O que houve pouco, entretanto, foi contato no campo das artes visuais. Existe uma qualidade na expressão artística que reflete a forma como as histórias, mesmo desconectadas, chegaram a resultados visuais tão próximos. Isso revela uma matriz ancestral: os desenhos que aqueles irmãos faziam na África continuaram sendo desenvolvidos por seus tataranetos, a partir de uma matriz inscrita no DNA e na memória de cada um. Mesmo com religiões distintas, miscigenações, diferentes climas, educação e histórias sem paralelos, os artistas encontraram uma síntese visual de suas identidades em buscas isoladas, porém complementares e harmônicas.
Essa exposição celebra a força dessa herança cultural e faz justiça a essa parte de nossas populações, reconhecendo sua contribuição criativa à cultura de ambos os países. Trazendo artistas novos e outros amplamente reconhecidos, a mostra revela que esse pulsar criativo sempre esteve presente, tanto aqui quanto lá. O que faltou foi reconhecimento e diálogo para que isso viesse mais à luz.
Criar esse diálogo é abrir a porta para o encontro de poéticas que pareciam distintas, mas que compartilham uma irmandade no outro hemisfério. Apenas porque um barco rumou ao norte e outro ao sul, e 200 anos se passaram, não foi possível apagar a força de uma chama ancestral que corre no sangue daqueles que vivenciaram a riqueza matricial da África das Américas.
Marcello Dantas
Diretor artístico
ANCESTRAL
A palavra ancestral tem origem no vocábulo antecessor, do latim tardio, que significa aquele que precede. Se o termo evoca o passado, podemos nos perguntar: “antecessor de quê?” Olhando a partir do presente, diante da arte contemporânea, talvez devêssemos questionar: quem foram os pioneiros da arte decolonial? Ao considerarmos o processo decolonial, é fundamental levar em conta o tráfico transatlântico de pessoas e as colônias nas Américas e no continente africano. Se a palavra ancestral fosse evocada novamente no contexto deste crime duradouro contra a humanidade, estaríamos recordando aqueles que cruzaram o Atlântico ou os fundadores das diversas civilizações africanas que construíram a modernidade como fenômeno global? Para algumas das culturas que chegaram nas Américas (como os Ashanti, Ewe, Ga, Akani, lorubá e outras), o conceito de “pessoa” é definido pela conexão com seus antecessores e, portanto, pela ancestralidade. Segundo o artigo 6o da Declaração Universal dos Direitos Humanos, “todos os indivíduos têm direito de ser, em todos os lugares, reconhecidos como pessoa perante a lei”. Mas como aqueles que cruzaram o oceano e perderam a conexão com seus antecessores podem ser reconhecidos como pessoas em um mundo moldado pelo colonialismo e sua contínua negação?
Ancestral tem como objetivo celebrar o trabalho de recriação do conceito de “pessoa❞ nas nações construídas por indivíduos forçada- mente imigrados do continente africano. Do século XVI ao XIX, as Américas foram construídas sobre o apagamento dessas ancestralidades. No processo de criação da humanidade em meio à brutalidade racional que forjou a modernidade, artistas afrodiaspóricos redefiniram a ética e a estética, frequentemente convergindo – apesar de estarem em territórios diferentes. Isso nos leva de volta ao conceito de “pessoa❞ encontrado na África Ocidental: o sujeito enquanto resultado de sua genealogia ancestral.
Esta é uma exposição que também busca conectar e difundir as intersecções artísticas nascidas dos paralelos históricos da diáspora africana no Brasil e nos Estados Unidos. Mas o que isso realmente significa? E como criar uma exposição que atinja esse objetivo? Uma mostra ou um projeto cujo escopo é tão amplo pode ter muitos formatos. A tarefa da curadoria – criar uma exposição que reúna artistas visuais afro-brasileiros e afro-americanos contemporâneos – poderia ter resultado em inúmeras exposições diferentes; muitas variáveis dependem do corpo de curadores e das ideias que se escolhe destacar. Outra combinação curatorial teria produzido uma exposição diferente, apresentando um grupo distinto de artistas para exaltar este momento na história do encontro de culturas. Em Ancestral, propomos um projeto expansivo, para o qual esperamos que os espectadores tragam suas próprias experiências e ideias.
A ética e estética são as bases para a produção artística que não se faz no vácuo; os artistas selecionados produzem obras que refletem um momento específico de suas vidas e práticas artísticas que ecoam no coletivo. Essa singularidade é o que faz de Ancestral um trabalho em construção. Como em uma imagem da diáspora africana, em que cada lugar é reconhecido e transformado em lar, a exposição convida o público, com sua própria bagagem, a entrar nesses universos.
Para capturar os elementos mais importantes na engenharia dessas identidades, a exposição está dividida em três núcleos: Sonho, Corpo e Espaço. Esses três temas correspondem aos principais dispositivos utilizados para construir a vida como possibilidade além da resistência; eles permitem abarcar uma ampla gama de artistas contemporâneos, seja dos EUA ou do Brasil. Há duas formas de entrar no espaço da exposição – uma proposição intencional e que é um convite a experimentar a ancestralidade como um caminho que parte de diferentes pontos de vista: presente ou futuro, Norte ou Sul, esquerda ou
direita. O convite feito ao público, que deve tomar uma decisão antes de adentrar o desconhecido, não é apenas uma experiência do direito humano básico à condição de pessoa, mas também uma maneira de convocar o espectador a refazer o caminho daqueles que cruzaram o oceano sem conhecer o destino – e a entrever como essa situação produziu diferentes perspectivas dentro da mesma trajetória.
Ancestral é um ponto de encontro para duas curadoras com formações, experiências e interesses distintos, mas que se conectam pela forma como trabalham com os artistas e pela visão de sua prática curatorial como um modo de cuidar de suas comunidades. Para nós, esta exposição é também uma forma de criar espaço, o mundo que queremos habitar, tal como imaginado pelos artistas aqui reunidos; como se pudéssemos avançar e retroceder simultaneamente, traçando linhas ancestrais que moldaram a cena artística contemporânea e, ao mesmo tempo, considerando as produções atuais como as antecessoras das expressões de vida que ainda estão por vir.
Esta exposição reúne um grupo de artistas vindos de diferentes origens, com abordagens e experiências diversas, mas unidos pelo interesse comum na expansividade da negritude e nas possibilidades da auto imaginação. Eles também desenvolvem éticas e estéticas que visam a uma experiência da Terra como um lugar compartilhado por sujeitos visíveis e invisíveis – onde a ideia de “pessoa” pode ser mais ampla e transcendental.
Ancestral é também um ponto de encontro de artistas da Diáspora, muitos dos quais nunca expuseram juntos. Esta exposição inclui obras criadas há décadas ao lado de outras feitas especificamente para esta ocasião, com uma diversidade de artistas e trabalhos que oferecem uma imensa variedade de pontos de vista. Esperamos que cada visitante aproveite para conhecer um novo artista e encontrar uma nova obra de arte preferida. Ancestral é tanto o início de um diálogo quanto a continuação de uma conversa.
Ana Beatriz Almeida
Curadora
ÁFRICAS
A exposição Ancestral celebra as conexões entre a herança africana e a arte contemporânea no Brasil e nas Américas, destacando a ancestralidade como uma grande fonte de criatividade artística. A seção de arte africana homenageia o continente de origem da humanidade, evidenciando a força das tradições e inovações culturais transmitidas ao longo do tempo.
O tráfico transatlântico trouxe violência, mas também um legado cultural duradouro. As obras africanas da exposição refletem a diversidade e continuidade das culturas da África, cuja influência se estendeu às Américas, moldando a economia, a linguagem, a religião e as artes. Contribuições daquele continente aparecem no cultivo de commodities coloniais, na cerâmica afro-americana Face Jug e nas festas populares afro-brasileiras. Destacam-se as rotas Congo-Angola, Moçambique e Costa da Mina, conectando igualmente Brasil e os EUA a países como Gana, Togo, Benim e Nigéria.
Essa mostra evidencia a resiliência e a potência artística e a permanência deste legado, transformado em um pilar das identidades americanas. A arte tradicional africana, neste contexto, transcende o tempo e o espaço, sendo símbolo do poder artístico negro para a humanidade em meio a intercâmbios, desafios e possibilidades.
Renato Araújo da Silva
Curador
A BB Asset é a maior gestora de fundos de investimento do Brasil, com R$ 1,7 trilhão* sob gestão.
Reconhecemos o valor que a arte e a cultura geram para a sociedade, preservando memórias e mantendo viva a identidade dos povos. Por isso, o apoio a exposições artísticas com cuidadosa curadoria e grande sucesso de público faz parte da nossa história.
O patrocínio à exposição Ancestral – Afro-Américas reflete o nosso compromisso com o investimento constante na promoção da cultura e da arte. A mostra celebra as heranças e vínculos compartilhados entre povos afro-americanos e afro-brasileiros, reunindo mais de 130 obras.
Com essa visão, a BB Asset segue apoiando iniciativas que fortalecem a conexão entre o público e a cultura, garantindo que a arte permaneça acessível e continue encantando as pessoas.
*Ranking ANBIMA – dez/2024
Pontes da Diáspora: Brasil & EUA
Ao longo da história, estruturas raciais e coloniais limitaram a visibilidade e o reconhecimento da produção artística de pessoas negras, reduzindo sua potência criativa e restringindo narrativas. A exposição Ancestral: Afro-Américas propõe a superação dessas barreiras, apresentando um panorama da produção artística afro-brasileira e afro-americana que se afirma em sua diversidade e originalidade.
A arte visual negra é linguagem estética, social e política que amplia repertórios e ressignifica imaginários. Por meio dela, emergem imagens que valorizam a beleza, afirmam identidades e ampliam o diálogo cultural. Cada obra anuncia futuros possíveis. O gesto criativo recupera memórias, reconstrói narrativas e projeta horizontes de liberdade e reconhecimento.
Como diretoras do MUNCAB, reafirmamos o compromisso do museu com a valorização, a preservação e a difusão das culturas afro-diaspóricas e africanas. Nosso papel é abrir portas, garantir permanência e reconhecer, com dignidade, a contribuição essencial dessas culturas para a construção de nossa identidade e para o enriquecimento do patrimônio cultural da humanidade.
Cintia Maria e Jamile Coelho
Diretora Geral e Diretora Artística do Muncab
BB Asset apresenta e patrocina Ancestral – Afro-Américas, exposição que reúne mais de 130 obras de artistas afrodescendentes do Brasil e dos Estados Unidos, com curadoria de Ana Beatriz Almeida e Renato Araújo da Silva, e direção artística de Marcello Dantas.
Com expografia orgânica, a mostra oferece reflexões sobre a afirmação do corpo, a dimensão reflexiva dos sonhos e a reivindicação de espaço. Por meio desses três eixos – Corpo, Sonho e Espaço – Ancestral – Afro-Américas promove um encontro que valoriza o conceito de identidade afro-americana.
Ao realizar este projeto, o Centro Cultural Banco do Brasil celebra as relações da arte no Brasil e nas Américas, suas origens e ancestralidade, reafirmando a importância social e o potencial transformador da arte, e o compromisso de ampliar a conexão dos brasileiros com a cultura em suas diferentes formas.
ARTISTAS
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Agnaldo Manuel dos Santos |
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Aline Motta |
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Antonio Obá |
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Aretha Sadick |
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Dalton Paula |
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davi de jesus do nascimento |
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Diambe |
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Eneida Sanches |
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Flavio Cerqueira |
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Gabriella Marinho |
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Gê Viana |
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Heloisa Hariadne |
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Isa do Rosário |
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José Adário |
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Jota Mombaça |
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Leroi Callwell Johnson |
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Lita Cerqueira |
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Matheus Abu |
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Mayara Ferrao |
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Moises Patricio |
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Murry Depillars |
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Nádia Taquary |
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Nari Ward |
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Paulo Nazareth |
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Renata Felinto |
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Rosana Paulino |
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Sebastião Januário |
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Sérgio Soarez |
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Sonia Gomes |
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Tassila Custodes |
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Tracy Collins |
ANCESTRAL MUNCAB
Produção
Magnetoscópio
Curadoria
Ana Beatriz Almeida
Curadoria Núcleo Histórico
Renato Araújo da Silva
Diretor Artístico
Marcello Dantas
Produção Executiva
Madai Art | Angela Magdalena
Coordenação de Produção
Fabiana Caldart
Projeto Expográfico
Estudio GRU | Jeanine Menezes
Lucas Donnangelo
Identidade Visual e Comunicação Visual
19 design/ Heloisa Faria
Elisa Janowitzer
Produção Local
Leila Azevedo
Coordenação de montagem
Primeira Opção | Sérgio Santos & Agnes Rosa
Cenografia
Fala Cenários
Sinalização
K2 Comunicação Visual
Assessoria de Imprensa
Agência LK
Iluminação
MMV
Primeira Opção
Montagem
Agnaldo Sales
Agnaldo Costa
Breno Brasil Lenhard
Jeff Lemes
Joselito Bispo
Juan da Mata
Jonas Santana
Paulo Tosta
Laudos técnicos
Anna Paula da Silva
Lílian Costa
Maria Lorena Amorim Souza
Marina Furtado Gonçalves
Segurança do Trabalho
Avani Santana Pereira
Limpeza
Cleo Eventos
Romário Bispo
Administração Financeira
Dário Francisco
Revisão e Tradução
Cicero Oliveira
Watts | Luiza Testa
Transporte e Logística de Obras
Millenium
Seguro
Howden Corretora de Seguros
Assessoria Jurícica
Olivieri & Signorelli
MUSEU NACIONAL DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA
Gestão do Muncab | Gestion du MUNCAB | MUNCAB Management
Sociedade Amigos da Cultura Afro-brasileira (AMAFRO)
Direção Geral | Direction Générale | General Direction
Cintia Maria
Direção Artística | Direction Artistique | Artistic Direction
Jamile Coelho
Coordenação de Produção | Coordination de Production | Production Coordination
Paula Vaz
Laudos Museológicos | Rapports Muséologiques | Museological Reports
Laila Barbosa
Designer | Design Graphique | Graphic Design
Ranulfo Magalhães
Assessoria Jurídica | Conseil Juridique | Legal Advisory
Camila Chagas
Audiodescrição | Audiodescription | Audio Description
Juniro Formiga
Gestão do Educativo | Gestion du Éducatif | Educational Program Management
Associação Sociocultural NUBAS
Coordenação do Educativo | Coordination du Programme Éducatif | Educational Program Coordination
Jessica Freitas
Estagiários de Mediação | Stagiaires en Médiation | Mediation Interns
Cauan Macêdo
Felipe Oliveira
Fernando Gonçalves
Gabriel Cerqueira
Hulda Calala
Juliana Santos
Lais Silva
Karine Pinho
Kim Queiroz
Maria Eduarda Mercês
Equipe MUNCAB | Équipe du MUNCAB | MUNCAB Team
Adilma Cajado
Alberto Campos
Danilo Santana
Dalva Sena
Luiz Matheus (estágio)
Eletricista | Électricien | Electrician
Joselito Pinho
Agradecimentos | Remerciements | Acknowledgments

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