O Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) recebe neste sábado, 6 de dezembro, o artista visual Mário Vasconcelos para a oficina “Biogravuras: experiências ancestrais gravadas sobre o barro, um relato folhífero entre a França e o Brasil”, ação que integra as contrapartidas da itinerância internacional da exposição “Raízes: Começo, Meio e Começo”, recentemente apresentada em Marselha, na França, como parte da Temporada do Ano do Brasil na França 2025.
A programação começa às 14h, com visita mediada pelo museu, seguida de bate-papo às 15h, na Sala do Educativo do MUNCAB. A atividade é gratuita e oferece 20 vagas ao público.
A oficina conduzida por Vasconcelos propõe uma abordagem prática sobre técnicas cerâmicas e processos de gravação no barro, explorando conexões afro-brasileiras evidenciadas durante a circulação da obra Ori – Encruzilhadas técnico-poéticas – performance, apresentada pelo artista na exposição Raízes: début, milieu et début, que inaugurou sua etapa francesa em Marselha. A proposta investiga memória, corpo e ancestralidade por meio do gesto cerâmico, articulando práticas materiais a reflexões sobre a diáspora africana em contextos brasileiros e franceses.
O artista
Mário Vasconcelos é artista visual, bacharel em Artes Plásticas e doutorando em Artes Visuais pela EBA/UFBA, onde também atua como professor substituto. Natural de Salvador e morador de Plataforma, concentra sua pesquisa nos signos da diáspora africana em diálogo com ancestralidade e contemporaneidade. Sua produção abrange escultura, gravura, fotografia, vídeo, performance e instalações, tendo na cerâmica o eixo central de sua prática — que orienta reflexões sobre o corpo afro-diaspórico em suas dimensões sagradas, sociais e políticas.
Contexto internacional da ação
A atividade no MUNCAB ocorre como contrapartida institucional da itinerância da exposição “Raízes: Começo, Meio e Começo”, sob curadoria de Jamile Coelho e Jil Soares, apresentada na França durante a Temporada do Ano do Brasil na França 2025 — celebração que marca os 200 anos de relações diplomáticas entre Brasil e França e busca fomentar intercâmbios culturais, artísticos e formativos entre os dois países.
A exposição, que reuniu obras de artistas brasileiros em diálogo com questões de ancestralidade, território, memória e identidade, contou com patrocínio do Banco do Brasil e da BB Asset. A realização foi do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) por meio da Sociedade Amigos da Cultura Afro-Brasileira, entidade gestora do museu.
A Temporada do Ano do Brasil na França 2025 teve organização conjunta do Ministério da Cultura do Governo Brasileiro, da República Francesa, do Institut Français, do Instituto Guimarães Rosa, da 9/10 Prefeitura de Marselha e do Consulado do Brasil na França.
MUNCAB em movimento
Com ações como a oficina de biogravuras, o MUNCAB reafirma sua vocação como espaço de circulação internacional de artistas e de ativação de saberes afro-diaspóricos. A proposta reforça o compromisso do museu em integrar redes globais de criação e formação, estabelecendo pontes entre Brasil, França e territórios da diáspora, ao mesmo tempo em que valoriza práticas ancestrais e suas ressonâncias contemporâneas.
