Artesanato da Bahia inaugura loja-conceito no Muncab com foco em produções quilombolas e indígenas

SALVADOR – O Artesanato da Bahia inaugura no próximo dia 17, às 18h, uma loja-conceito no anexo revitalizado do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), no Centro de Salvador. O espaço reunirá peças de artesãos e artesãs de comunidades quilombolas de diferentes regiões do estado e de povos indígenas das etnias Tupinambá, Pataxó, Kiriri, Kaimbé e Funiô.

A abertura da loja será acompanhada do lançamento da Exposição Tincoã, que propõe um diálogo entre arte contemporânea e referências populares, afro-brasileiras e indígenas. A mostra integra a programação do museu em um período marcado por iniciativas que reforçam o protagonismo da produção cultural negra e tradicional.

Um dos elementos mais chamativos da nova área é a porta principal, adornada com símbolos Adinkra, sistema gráfico de origem Akan, do Oeste Africano. A escolha dos ícones — como Gye Nyame, associado à proteção; Fihankra, ligado ao abrigo comunitário; e Ese Ne Tekrema, que evoca cooperação — funciona como uma espécie de manifesto visual sobre ancestralidade, coletividade e resiliência. Símbolos como Sankofa, Aya e Nkyinkyim completam a composição.

Para o secretário estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Augusto Vasconcelos, o espaço consolida políticas públicas voltadas à valorização de saberes tradicionais.
Segundo ele, a iniciativa “amplia a visibilidade do trabalho de mestres e mestras do fazer manual e reforça o artesanato como vetor de identidade e geração de renda”.

O coordenador de Fomento ao Artesanato da Bahia, Weslen Moreira, destaca que a loja integra ações de qualificação e comercialização. “É uma oportunidade de mostrar a diversidade da produção artesanal baiana e fortalecer um setor estratégico para milhares de famílias”, afirma.

Para a diretora artística do Muncab, Jamile Coelho, a presença de artesãos e artesãs de comunidades tradicionais dentro do museu amplia o alcance social da instituição.
“Isso provoca mudanças reais na vida dessas pessoas e contribui para reposicionar seus saberes como parte legítima do patrimônio cultural brasileiro”, diz.

A inauguração é resultado de uma parceria entre o Governo da Bahia, o Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira (Muncab), a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e a Coordenação de Fomento ao Artesanato (CFA), além de organizações como Instituto Convida, Instituto Curupira, Instituto Brasileiro do Desenvolvimento do Esporte e Cultura (IBDE) e Sociedade Amigos da Cultura Afro-brasileira (AMAFRO).

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